★★★ (bom)
O filme A excêntrica família de Antonia da diretora holandesa Marleen Gorris
apresenta a vida em uma pequena cidade no interior da Holanda após segunda
guerra, onde a volta de Antonia depois de vinte anos é vista de diversas formas: algumas positivas e outras negativas. Em torno da personagem principal
percebemos a vida e a morte, as vitórias e as perdas.
A obra traz um universo feminino, onde as ações dos homens estão
envolta de um poder e mostra eles agindo de forma impulsiva e irracional, como
exemplo: o incesto onde o irmão usa a irmã, o filho que volta para receber a
herança e impondo medo na família, dessa forma a diretora faz uma critica a
sociedade machista e patriarcal e esboça uma defesa ao universo feminino
mostrando que as mulheres do filme são independentes no mundo exterior; tocando
em assuntos que ainda geram conflitos de ideias no período e algumas até hoje
como: a independência feminina, aborto, a capacidade de decisão de ser mãe,
sexualidade, homossexualismo, desejo. Ainda reforça a capacidade da mulher de
trabalhar em diversas áreas.
E referindo sobre as reflexões apresentada no filme sobre a
educação mostrando uma menina gênio, levando para o mundo da filosofia nos
apresentando questões sobre o tempo, o raciocínio, a vida, a morte e questões
existenciais.
A Excêntrica Família de Antonia traz também questões sociais como
a violência sexual (essa tem maior destaques), as doenças psicológicas, as
relações de vizinhança, os boatos na cidade (fofocas) e fazer justiça com as
próprias mãos.
Um fator relevante a ser considerado é as experiências e de cada
personagem, pois Antonia realmente tem uma família excêntrica, família essa
criada de forma generosa devida a nem todos os personagens terem laços consanguíneos e todos se aceitam e se cativam, aceitando as diferenças entre eles dando maior
importância aos laços afetivos.
O filme faz jus ao Oscar recebido 1995 por retratar uma realidade
pós-guerra que não é contada nos livros de história convencional.