Quando nos dispomos a assistir produções filmológicas que enfocam o cenário da segunda grande guerra do século XX, quase sempre nos defrontamos com fatos internalizados no pensamento ocidental, que se fixam, muitas vezes, através da própria indústria imagética. De fato, o grande público de cinema, partindo de sua totalidade, comumente se caracteriza por adotar uma postura “aliada”, o que promovera, dentre outros aspectos, uma generalização do valor “cultura alemã” e, conseqüentemente, do povo alemão. O filme Operação Valquíria (Valkyrie, em Inglês, Walküre, em Alemão), protagonizado pelo ator Tom Cruise, dirigido por Bryan Singer, roteirizado por Chrstopher McQuarrie e Nathan Alexander, traz a tona esta temática. Torna-se, na realidade, baseando-se em fatos reais, uma tentativa de desmistificação dos termos, ao passo que destaca um herói alemão dentro de um conflito individual, sob uma ambivalência referente ao “obedecer a ordens” ou defender os direitos do povo daquele país, mas, sobretudo, exalta a insatisfação da frente popular alemã com o sistema autoritário instituído, o qual promulgara e permitira aos olhos do mundo direcionar-se ojerizamente a Alemanha.