Promised Land (2012), do cineasta estadunidense Gus Van Sant, é um filme
“necessário”. Digo isso e penso nas tantas controvérsias envolvendo a temática
ambiental de que temos conhecimento nos dias de hoje, seja através dos meios de
comunicação seja nas escolas, universidades, conversas informais etc. Num mundo
em que cada vez mais os indivíduos perdem de vista o real valor das coisas e se
preocupam apenas com o seu preço, Van Sant provoca ao mostrar que a relação do
ser humano com o lugar que habita pode ser bem mais que uma relação
utilitarista e predatória.
Baseado numa versão
preliminar do romancista Dave Eggers, o filme retrata o interesse de uma grande
corporação em arrendar as terras de pequenos proprietários moradores de uma
cidade rural americana. A empresa, que lucra trilhões em todo o país com a
exploração de gás natural, envia para a cidadezinha dois dos seus melhores
negociadores para convencer políticos e demais cidadãos de que o negócio que
pretende começar ali não só trará dinheiro para o lugar como também irá
melhorar a qualidade de vida de todos – com a empresa vêm escolas melhores, um
atendimento de saúde mais eficiente e outras promessas de caráter duvidoso.