Premonição 5: a exaltação da morte

Premonicao-5-posterConfesso que tenho preconceito com filmes que carregam gênero terror, talvez pelo meu alto grau de humor negro, não consigo segurar o riso em meio a cena mais horripilante, ou por achar que quase todos são chatos, bobos e com roteiros fracos. Pois bem, Premonição 5 conseguiu a proeza de ratificar esses dois argumentos que fazem com que eu não curta o gênero terror no cinema. Mas não é só de morte que vive um filme de terror, ou é? Em se tratando de um franquia cinematográfica que desde seu primeiro filme sempre valorizou a morte pela morte não poderíamos esperar nada além disso no atual filme.
O filme conta a história de Sam, que é interpretado por Nicholas D'Agosto, ele tem um estranho pressentimento que as pessoas com quem trabalha e viaja com ele irão morrer num grave acidente em uma ponte.
Previsivelmente o pressentimento acaba acontecendo, no entanto, nem todos são mortos nesse trágico acidente por causa da intervenção de Sam que minutos antes de tudo acontecer tenta avisar a todos sobre a desgraça vindoura. Alguns conseguem se salvar, mas o que eles não contavam era que o destino de todos já estava traçado e a morte irá "caçar" um por um até que estejam definitivamente mortos da forma mais inusitada possível, pois o grande lema da trama é que a morte não pode ser enganada. Sim, você já viu o modelo dessa sinopse antes, e foi nos outros quatro filme da franquia, nada de novo até então. No entanto, Premonição 5 tem um diferencial que o caracteriza como o melhor filme de toda série, a direção.
Premonição 5 é dirigido por Steven Quale, que já foi assistente de direção de James Cameron em Avatar, mostrou que aprendeu muito sobre efeitos visuais na telona. Sem dúvidas o acidente inicial é o melhor, em termos de qualidade nos efeitos visuais, de todos os outros. A riqueza de detalhes em cada morte é realmente de encher os olhos de sangue, literalmente, ao se assistir a versão 3D. É inegável que ele é muito bem dirigido é tem uma primazia em efeitos visuais, o problema se encontra exatamente no roteiro. No início, o filme nos apresenta como era a vida dos personagens antes do acidente, o que muito me agradou, pois nos outros filme da franquia nada disso era levado em conta; pode parecer bobagens, mas isso faz com que o espectador se importe com os personagens, se é que é importante que a gente se importe. Não há densidade dramática na trama. Os personagens um a um só ficam esperando a sua vez de morrer, o que é fantástico em se tratando de Premonição. As mortes bizarras é a salvação do filme, e essas merecem um parágrafo à parte.
Algumas cenas de morte em premonição são, por que não dizer, memoráveis, ao ponto das pessoas elegerem a sua cena de morte favorita. Vou poupá-los de spoilers do quinto filme e conta pra você que minha cena favorita está no primeiro filme da série. Quem não lembra da cena que uns jovens estão conversando na rua e quando a conversa acaba um deles vai atravessar a rua e um ônibus o atropela brutalmente? É uma cena sem muitos efeitos mas um realismo primoroso, depois disso sempre tomo cuidado redobrado ao atravessar a rua. (nos comentários conte sua cena de morte favorita da franquia)
Desde o primeiro premonição eu sempre achei fabuloso a ideia de um filme não ter um vilão assassino e sim a própria morte ser a grande protagonista da história, mas sem carga dramática vira a morte pela morte. O que poderia ser um drama cheio de questionamentos sobre a vida e a morte virou cinco filmes praticamente iguais que agradam a massa sedenta com mortes inusitadas e sangue de ketchup jogados na cara. Enfim, recomendo Premonição 5 pra aqueles que querem se divertir com a desgraça alheia… Calma, gente! Isso é humor negro. Humor negro é como braço, uns tem outros não.
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