★★★ (Bom)
E está em cartaz o novo
filme do Homem-Aranha. Aqui pretendo trazer uma visão básica do que senti assistindo e quais são os principais erros e acertos que traz o longa. Dirigido
por Marc Webb assim como no primeiro filme, Homem-Aranha 2: a ameaça de Electro,
segue a tendência de renovação do personagem no cinema, porém consegue trazer uma
maior imersão adaptativa no sentido de resgatar a essência do personagem dos
quadrinhos para a telona.
A história do filme mescla com coisas acontecendo ao mesmo tempo e como Peter Parker (Andrew Garfield) consegue lidar com
tudo isso ao mesmo tento. Os acontecimentos do primeiro filme ainda assombra o
herói que tenta contornar isto da melhor forma possível. O sinopse oficial do
filme é a seguinte: Peter Parker adora ser o Homem-Aranha, por mais que ser o
herói aracnídeo o coloque em situações bem complicadas, especialmente com sua
namorada Gwen Stacy (Emma Stone) e
sua tia May (Sally Field). Apesar
disto, ele equilibra suas várias facetas da forma que pode. No momento, Peter
está mais preocupado é com o fantasma da promessa feita ao pai de Gwen, de que
se afastaria dela para protegê-la. Ao mesmo tempo ele precisa lidar com o
retorno de um velho amigo, Harry Osborn (DaneDeHaan), e o surgimento de um vilão poderoso: Electro (Jamie Foxx).
O roteiro segue a
sequência lógica dos quadrinhos, onde há desafios a serem superados para então
chegar a sua maior ameaça. A história é claramente uma adaptação baseada no
universo Ultimate, onde os personagens da Marvel e o mundo que eles vivem são
mais realistas. E partindo deste realismos que encontramos a personalidade do
novo Homem-Aranha, que naturalmente já foi exposta no primeiro filme, mas que
nesse segundo toma uma dimensão maior. O Super-Herói brincalhão, piadista em
meio as cenas de ação consegue regatar nitidamente a magia que os quadrinhos
traz, além de, na minha opinião, ter uma maior ligação com a nova geração de
adolescentes hoje em dia. Esta essência de personagem sem sombras de dúvidas é
a melhor adaptação já feita no cinema, o que supera a base do herói cômico
apenas por ser atrapalhado e “nerdão” da primeira trilogia. Neste, o aracnídeo
não é alvo das piadas, é ele quem as faz.
Um aspecto importante no
filme é o tempo. A todo instante o relógio é mostrado, apesar de não ser
explicitamente explicado o porquê, é mais como se fosse uma demonstração da rapidez dos
acontecimentos, assim como vários clipes de músicas, no entanto é exatamente este elemento que torna o filme raso e
sem profundidade. O vilões tem um motivação medíocre. O Electro, quando humano,
é excessivamente estereotipado, o bobão que torpeça nas pessoas e é motivo de
riso dos outros. O motivo dele ter raiva a ponto de querer matar o Homem-Aranha
é pífio e se percebe uma “forçada” no roteiro para ele se torna mal urgentemente. Outro vilão
é Harry Osborn. O amigo de Homem-Aranha é muito pouco aproveitado atendo ao seu
clímax somente no final do filme. Este, a exemplo do Electro, também sofreu
com a urgência imposta pelo roteiro e de uma hora para outra muda para o
psicótico “Duende Verde”, apesar de não ser chamado assim e a única coisa que
tem de verde é o foguete da sua plataforma voadora. E o que o falar do Rhinno,
decepção, esta é a palavra. O vilão que em fotos conceituais aparecia com sendo
extremamente "foda", só aparece no começo e no fim do longa. No entanto é
responsável por fechar o filme com uma das cenas mais memoráveis.
O fato de ser um filme
mais do Peter Parker do que propriamente do Homem-Aranha mostra que os
conflitos pessoais se confundem com as funções de herói. Ele o tempo todo está
querendo ajudar a todo mundo para que o “mundo se torne perfeito”. O aspecto
psicológico é abordado como gatilho para a bondade ou para a maldade, ou seja,
de que forma psicológica o Peter Parker ficou afetado quando foi picado pela aranha
modificada geneticamente? A trama do filme se volta para a função psíquica do
acontecimento da catarse. O interessante é existe o Peter Parker, rapaz normal
que tem seus conflitos cotidianos e seu modo de agir e pensar, e seu alterego,
Homem-Aranha, super-herói piadista que age com leveza em todas as situações de
perigo. Porém há uma relação intrínseca entre estas duas personas. Outra
analogia interessante, que muitos estão fazendo, é a comparação do Homem-Aranha
com o palhaço triste, onde em cena é alegre e faz os outros rirem, mas fora de
cena é triste e melancólico.
Melancolia, palavra que
define categoricamente os momentos de romance do filme. Muitas cenas desnecessárias,
só “enchendo linguiça”, a ponto de muitas você pensar: “quando é que o filme
vai voltar mesmo!?”. Apesar disso o casal funciona muito bem em cena e é
responsável por chamar mais o público feminino. Bom, quem conhece os quadrinhos
sabe o que acontece ou quem já assistiu ao filme também; o que quero dizer aqui é que
achei a cena fatal forte demais e destoa, de certa
forma, da pegada que o filme estava estabelecendo até ali.
Existem vários outros
aspectos que poderia abordar aqui, mas prefiro ficar com estes que para mim
foram os principais e fizeram com que a minha nota para o filme fosse um pouco mais acima da média. Por fim ratifico a minha opinião de que este personagem do
Homem-Aranha é o melhor já criado para o cinema, no entanto, o filme não
trabalha bem com o desenvolvimento dos outros personagens, com uma história sem profundidade e
muitas vezes bem previsível. Os efeitos visuais são excelentes, mas nada de extraordinário. Divertido e melancólico, Homem-Aranha 2:
a ameaça de Electro, ainda não encontrou o equilíbrio nas telonas... Resta a
nós esperar para o terceiro filme e torcer para que fim seja melhor que a
jornada até aqui.
Assista ao trailer
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