X-Men: Dias de um Futuro Esquecido - Uma nova saga mutante está começando

★★(Muito bom)

E o sétimo filme da franquia X-Men acaba de estrear. Dirigido por Bryan Singer, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido tem a responsabilidade de dar coerência cronológica para a confusa saga dos mutantes no cinema. Explorando a volta psicológica no tempo, agora o futuro trágico poderá ser mudado pelas escolhas no passado. O elenco que mescla atores que participaram da principal trilogia dos X-Men como por exemplo: Patrick Stewart (Professor Xavier) e Ian Mckellen (Magneto) com a versão mais jovem dos mesmos personagens agora interpretados por James McAvoy e Michael Fassbender, respectivamente; estes últimos já devidamente estabelecidos no cinema no tão aclamado filme X-Men First Class (2011). Pretendo analisar os pontos interessantes e outros nem tanto deste que é a minha saga favorita nos quadrinhos.

Com um enredo manjado de viagem no tempo, o longa mostra maturidade ao compor funções aos seus principais personagens. Apesar de ser um filme tradicionalmente de equipe, o novo filme dos X-Men roda em torno do Wolverine, Mística (Jennifer Lawrence), Professor Xavier e Magneto, deixando de desenvolver as funções e poderes dos outros mutantes dentro da trama. Vamos a história. No futuro, os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas, gigantescos robôs criados por Bolívar Trask (Peter Dinklage). Os poucos sobreviventes precisam viver escondidos, caso contrário serão também mortos. Entre eles estão o professor Charles Xavier (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Kitty Pryde (Ellen Page) e Wolverine (Hugh Jackman), que buscam um meio de evitar que os mutantes sejam aniquilados. O meio encontrado é enviar a consciência de Wolverine em uma viagem no tempo, rumo aos anos 1970. Lá ela ocupa o corpo do Wolverine da época, que procura os ainda jovens Xavier e Magneto para que, juntos, impeçam que este futuro trágico para os mutantes se torne realidade.

Como mencionei no início, este filme tem uma importante responsabilidade de cobrir os furos de roteiro e os erros cometidos na trilogia principal e fazer o elo com os filmes paralelos do Wolverine e o First Class, assim, e apenas concebendo-o como tal o filme cumpre seu propósito, pois nada de novo e mostrado, nenhuma trama além da que já foi exposta anteriormente foi exibido. A velha história das minorias tentando se inserir, as diferentes que devem ser aceitas... assuntos que estão em voga hoje em dia, mas que já foram exaustivamente explorados nos filmes anteriores. E ainda no seu principal objetivo ele não foi capaz de cobrir os pontos cruciais da grande saga dos X-Men no cinema deixando de ligar alguns pontos aqui e ali, por exemplo: o filme não explica a volta do professor Xavier que fora aniquilado pela Fênix no final do terceiro filme. Apesar baseado na história dos quadrinhos que leva o mesmo nome, o filme demostra esta influência só na estrutura do enredo, pois os preâmbulos que a história toma são completamente diferentes.


No entanto, Dias de um Futuro Esquecido é o melhor filme já feito para os mutantes. O roteiro apesar de clichê é bem amarrado e cada personagem cumpre seu papel de maneira satisfatória, com destaque para a participação do mutante Mercúrio, protagonista da melhor cena do filme, sem sombra de dúvidas, é uma sequência que é só comparável a cena do Nortuno no X-men 2. Outro aspecto que pretendo destacar é como o filme contrasta as diferenças do Magneto do futuro, mais maduro e previsível, com a versão dele mais jovem, completamente imprevisível e sem ter a real dimensão das consequências que suas atitudes podem causar. Quanto ao Professor X, James McAvoy, seguindo o que fez no First Class, faz um Xavier mais informal e aqui não tão poderoso quanto o mais velho. Talvez em termos de personagens a única coisa que destoa um pouco seria o destaque excessivo a mutante Mística, com um motivo fraco de código genético e pouco explicativo, ele só realça a interpretação da vencedora do Oscar Jennifer Lawrence; a personagens tem uma relevância irritante que influência tanto o Professor, seu irmão de criação, quanto o Magneto, seu “par romântico”, construindo assim um triângulo amoroso bizarro e desnecessário.    


O longa divide bem os momentos de piadas e descontração, como um bom filme de super-heróis o equilíbrio entre um filme sério e um filme que crianças podem assistir é de extrema importância. Os efeitos visuais estão primorosos e a escolha por alternar a computação gráfica com os “efeitos brutos” (uso de robôs boneco dos Sentinelas) foi uma combinação perfeita na telona.

Por fim, senti que o filme permaneceu na zona de conforto dos outros filmes sem explorar outras coisas, como por exemplo: gostaria de ver mais cenas do Wolverine na década de 70. A ausência de um vilão poderoso dentro da trama e que possa trazer consequências reais e irrefutáveis faz como que ele (o filme) seja apenas de transição. Esta falta de ousadia de produzir um filme que realmente explore os pontos que ainda não foram mostrados no cinema e que realmente desenvolva os outros personagens, outros poderes, torna o filme com um objetivo simples e claro: de ser um reboot sem pegar a essência do reeboot, que é apagar tudo que já foi feito e começar de novo, aqui o sentido é explorar ao máximo o foi feito e a partir daí criar algo novo. Assim, Dias de um Futuro Esquecido vai e volta na linha do tempo cronológica da série de filmes dos X-Men e é um importante marco para dá início a uma nova jornada que os mutantes vão enfrentar daqui pra frente.

Trailer

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