★★★★★ (Excelente)
Filme após filme nos perguntamos: como o universo Marvel vai
se superar agora? Qual será a próxima cartada? O filme revolucionário "Os
Vingadores", que reuniu todos os heróis queridinhos e deu fôlego extra
para a continuidade de investimentos nas produções, criou também uma
expectativa exacerbada quanto aos lançamentos posteriores, incluindo os filmes
individuais. Um brilhantismo se instituiu, não sendo tolerados níveis abaixo da
perfeição absoluta. Qualquer herói amado estava então sujeito a ser vilão, caso um
péssimo filme fosse realizado. Se a Marvel fez bonito em "Os Vingadores",
que faça o melhor, sempre! É ou não é? Nesse sentido, no que se refere ao
Capitão América: o que fazer para torná-lo tão interessante quanto o Tony Stark
dos cinemas? Foram quatro tentativas, meus amigos. Isso mesmo... QUATRO
TENTATIVAS que empreendi para tentar assistir a "Capitão América: o
primeiro vingador" e consegui dormir em absolutamente todas. O filme que abordava a origem do herói e sua jornada contra o nazismo sempre foi desinteressante para mim, e contrastava com o
explosivo e badass "Homem de
Ferro" e o assistível "Thor". Dentre todos, até o vilão Loki lá
de Asgard tinha mais sal que o super escoteiro-mor vermelho e azul. Portanto,
como tornar o segundo filme mais dinâmico, capaz de dar mais ânimo aos fãs do
Capitão nos quadrinhos? Como tornar o segundo filme tão legal quanto
"Thor: o mundo sombrio", que acabara de aumentar a popularidade do
herói pós-iniciativa Vingadores e fazer o público quase que esquecer o primeiro
filme (bem menos fodão)? Como o Capitão América iria assumir em definitivo o
seu posto de "capitão" e vencer, pelo menos, "Homem de Ferro
3", o filme levemente mais fraco já feito por Robert Downey Jr. (apesar de
arrasador nas bilheterias)?
Um início trágico?
Longe disso!
Os muitos questionamentos acima e preocupações pessoais não
se expressam exatamente nos números alcançados pelo primeiro filme. Em seu fim
de semana de estreia, "Capitão América: o primeiro vingador" atingiu
a marca de arrecadação de US$165,8 milhões de ingressos vendidos, isso nos
Estados Unidos e no Canadá. No mundo todo foram mais de $370,569,774 milhões em
arrecadação (dos quais $193,915,269 milhões apenas na América do Norte e
R$63.208.442 apenas no Brasil). Os números comprovam o que a maioria da crítica
afirmava (discordando totalmente de quem vos escreve): o filme é bom sim, e sua pegada retrô melhor ainda. Acredito que a explicação para o
sucesso se refletia na novidade, em certo grau. Com o primeiro filme, ainda havia tempo para
se recuperar e dinamizar as partes de pura sonolência. Entretanto, depois de
"Os Vingadores" (divisor de águas) e em vias de "Os Vingadores
2: a era de Ultron", seria inadmissível qualquer deslize (situação
parecida vivida por Thor).
O sucesso do primeiro filme era evidente, mas ainda havia o que temer. A trama de Capitão América parecia ter atingido seu objetivo máximo. Mas, e
depois? Diferentemente dos demais heróis em foco para a iniciativa Vingadores,
o Capitão aparentava depender exclusivamente dessas aparições coletivas (como foi
em Nova York), pois suas missões individuais se puseram pouco animadoras (pelo
menos em suas adequações para o mundo das telonas), ou seja, só assim ele
poderia exercer seu potencial de liderança frente a outros heróis, desempenhando, finalmente, um papel encabeçador até então pouco destacado. Parecia um
herói já gasto, cansado, louco para voltar a hibernar. Seria então esse segundo
filme decisivo? Com certeza! Mas a Marvel adora desafios...
Um filme ao melhor
estilo Marvel.
"Capitão América 2: o soldado invernal", lançado no
início de abril deste ano, é um grande filme, meus amigos. Quem era fã do
bonitão americano, enlouqueceu. A quem ele não cativava, cativou. Aos que
não tinham tantas esperanças, tiveram que admitir que esperarão por ele com
mais entusiasmo, pelo menos a partir de agora. O filme, dos irmãos Anthony e
Joe Russo, é organizado, explosivo, tenso e, sobretudo, investigativo. Isso
mesmo! Essa pegada de um Capitão América espião tornou-se em uma das mais legais características desse filme. Não que ele não
continue sendo bobinho, muito pelo contrário! A pureza do virjão chega a ser
cômica mas, dessa vez, o cara tá com a pulga atrás da orelha com a própria S.H.I.E.L.D.,
para quem presta seus valiosos serviços.
Steve Rogers (Chris Evans) vivia de boa em Washington DC
(após os intensos acontecimentos passados em Nova York), e buscando, como de
costume, se adequar a moderna vida em sociedade. Quando um ataque a Nick Fury (Samuel L. Jackson) é
concretizado, Steve passa a perceber uma rede de relações suspeitas e perigosas que podem novamente ameaçar o mundo e colocar em risco a segurança
conquistada pós-êxito em Nova York. Se aproximando da Viúva Negra (Scarlett Johansson) como nunca antes, o Capitão América também conta com a contribuição
especialíssima do Falcão (Anthony Mckie), que ficou muito legal na trama. As
investigações levaram Steve a descobrir um esquema que era alimentado no
interior da própria S.H.I.E.L.D. (infectando-a e pondo todos sob suspeita),
comandada perspicazmente pela H.I.D.R.A (debaixo do nariz de Fury. "Sabe de nada, inocente!"). Era preciso dissolver a corrompida S.H.I.E.L.D. o
quanto antes e de uma vez por todas! Por esse motivo, o herói americano se vê
diante de inúmeras dúvidas que tornam o filme mais humano e interessante, como:
para quem o Capitão América está lutando? Quais são seus reais inimigos? Em
quem se pode confiar?
O "mal" que
todo "bem" necessita.
Ok. Tudo legal, tudo arrumadinho. Mas, todos sabem que um
grande filme desse caráter carece de um vilão igualmente forte, de um cara com
personalidade, que tá pouco se lixando pra tudo e pra todos e só quer causar terror. Aqui,
quem cumpre esse papel é justamente o tal do Soldado Invernal, vivido fodasticamente
por Sebastian Stan. Esse cara é muito daora. Bucky, como se chama, encara o
Capitão América de frente, em todas as ocasiões. São confrontos pra lá de
eletrizantes e pagam o ingresso. Entretanto, também nessa ocasião se instaura
um dilema na cabeça do velho jovem Steve: Bucky era seu melhor amigo, ainda no
período de exército. Ambos foram separados e condicionados a experiências
distintas. Bucky, inclusive, havia sido dado como morto. Agora, sem qualquer lembrança (pelo menos inicialmente), o Soldado
Invernal se coloca em campo oposto de batalha, sendo manipulado pelos
interesses da H.I.D.R.A. Como lutar contra um amigo que ficou perdido no passado? O fantasma que agora o assombrava era alguém em quem um dia depositou sua confiança e admiração. Steve estava rodeado de dúvidas e suas escolhas finais são surpreendentes.
Muitas perguntas constituem esse texto, não é?! É inevitável.
Quem se recorda de "Os Vingadores" sabe muito bem que a maioria das
dúvidas de Steve Rogers se alimentaram lá, com as constantes histórias mal
contadas por Nick. Sempre apenas uma parte do plano era revelado, o que deixava
o loirinho possesso. Isso se intensifica neste filme, o que culmina numa
destruição completa da S.H.I.E.L.D. e um recomeço, que já faz um gancho
espetacular com o próximo filme dos Vingadores (ATENÇÃO: continuar na sala e ver a cena pós-créditos é obrigatório!). Essas dúvidas foram responsáveis por criar um Capitão diferente, que não segue mais ordens, mas que agora as dá. Um Capitão mais antenado, menos puro, mais preparado para administrar situações adversas... Um Capitão América menos submisso a América.
Muitos outros aspectos poderiam ser citados, mas o amplo
leque de informações do filme não me permite discorrer por algumas linhas a
mais, seria extremamente cansativo. Depois de um texto repleto de perguntas, eu tenho finalmente uma afirmação, e ela é mais que
necessária: você precisa assistir esse filme. Vai para além de uma recomendação, é
uma obrigação para todos os que curtem o universo Marvel e deliraram com
"Os Vingadores". Esse é o filme que instituiu um novo padrão dentro
da Marvel, agora para os filmes individuais. Acha exagero? Acha Homem de Ferro imbatível? Você precisa mesmo assistir...
PS. Por fim, só resta saber se até "Os Vingadores
2: a era de Ultron" o nosso Capitão vai conseguir se atualizar de todos os
itens marcados na sua listinha de afazeres que deu o que falar. Do Brasil, eu particularmente daria
prioridade aos Mamonas Assassinas... Além de certamente descartar Xuxa. Afinal, pra quê, né?
Agora eu passo a bola. Quero ler a opinião de vocês: o que acharam do filme? Os encaminhamentos da trama de Capitão América estão adequados? O que acharam da dissolução da S.H.I.E.L.D.? E esse Nick Fury? Tem culpa no cartório? Manga com leite, pode mesmo matar?
Comentem, curtam, compartilhem!
Até a próxima, pessoal!
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Veja o trailer de
Capitão América 2 - o soldado invernal: