Muito
possivelmente você, estimado leitor, nunca ouvira falar em Divine,
certo? Pois bem. Isso porque se trata do tipo de investimento para série
comercializado através da internet. Sem grandes orçamentos. Sem grandes
(literalmente) roteiros. Sem complexidades visuais. Sem grandes divulgações. Um
projeto simples, direto, sem rodeios. Características muito presentes na sessão
Web Series.
Divine conta a história de Cesar Divine (Dan
Payne), um caçador de monstros e criaturas demoníacas que, ao lado de sua
fiel parceira Jin (Chasty Bellesteros), juntamente com um selecionado
grupo de padres católicos, tenta manter o equilíbrio entre o bem e o mal, entre
o céu e o inferno. Ao mesmo tempo em que luta diretamente com seres do
submundo, Divine enfrenta um conflito individual, que se interliga a sua fé
(acreditando, em muitos momentos, não ser digno da benção de Deus), e uma crise
quanto a sua imortalidade. Em suas missões, a personagem tenta “reeducar”
entidades malignas, oferecendo o caminho do bem, sem pecados, não obtendo
sucesso na grande maioria das vezes, o que acaba por agravar seu problema
existencial.
Em
alguns pontos, a originalidade da série é algo discutível. Tudo é integrante de
um grandioso clichê das séries deste gênero. Monstros, sangue, sobrenatural.
Durante as noites que servem de cenário para o obscuro, protegido pelo diácono
Jim (Allen Sawkins), pertencente a uma missão de um bairro periférico de
Nova Iorque, Divine sai pelas ruas da cidade ao lado de Jin, poupando o mundo
real daquilo que se parecia fictício.
Um
fator interessante de se salientar na série igualmente é a descentralização de
importância dada às personagens. Alguns episódios são dedicados não só ao
protagonista, mas também aos secundários, explorando histórias pessoais,
conflitos e dilemas, como no caso do Pe. Andrew (Bem Hollingsworth), então
recém-chegado ao grupo sacerdote.
Como
posicionado anteriormente, os efeitos visuais gráficos (ultimamente, bastantes
empregados em séries do segmento) são, de certa forma, insuficientes, o que não
interfere (entenda-se em opinião pessoal) diretamente na lógica da série e na
empolgante curiosidade proporcionada por ela a cada episódio divulgado.
Particularmente, o que me chamou atenção em Divine, de maneira inicial, e o que
me atraiu mais bruscamente para assistir a série foi, sem dúvidas, o fato de o
elenco contar com a participação de Misha Collins, famoso
coadjuvante em séries de TV de sucesso, como Supernatural, CSI, Monk, Without a
Trace e 24 hours. Collins aparece brevemente em Divine interpretando o Pe.
Christopher, breve justamente pelo fato de o enredo ser bem distribuído. Todos
os episódios até agora lançados não ultrapassam os 15 minutos de duração, o que
automaticamente aguça a curiosidade do webespectador, pois descreve aos poucos
a história para o público. As cenas são rapidamente executadas, algumas vezes
deixando brechas, dúvidas que podem - ou não - ser respondidas nos capítulos
conseguintes.
De
uma maneira geral, a série é bem produzida. Mesmo com a limitação de orçamento,
chama um bocado de atenção. A expectativa que sempre fica é se Divine irá
ganhar os rumos da atualmente série de TV Sactuary, que deu
seus primeiros passos como uma Web Serie. Tem bons atributos para que aconteça.
Aguardemos, então.
Episódio 1
Williams Machado