Jed Brophy: O Senhor dos "Papéis"

Você já deve ter se perguntado, em algum momento, como é possível elencar, de forma tão abundante, um filme como O Senhor dos Anéis, confere? A resposta para esta questão é pura e simples: não existe tanta abundância assim. Em algumas situações, a tecnologia de computação gráfica dá conta de tudo, aumentando números nas cenas, com um método que ilude o cinéfilo, fazendo-o acreditar que existem milhares de indivíduos num mesmo ambiente. Em outras, o próprio elenco pré-definido divide-se em várias personagens, sem mesmo que o espectador perceba isso. Este último caso, certamente, é de maior interesse para falar do épico Jed Brophy.



Jed Brophy é um ator nascido em 1963, na Nova Zelândia, conhecido pelas freqüentes participações em filmes dirigidos pelo cineasta também neozelandês Peter Jackson, pelos curtas-metragens que faz e pelo seu trabalho nos estrados teatrais. Pode ser visto em pequenas passagens, ao interpretar personagens idealizados por Jackson em Fome Animal (1992), Almas Gêmeas (1994) e King Kong (2005). Começou sua carreira no teatro, em anos finais da década de 1980, após abandonar sua especialidade acadêmica em educação física. Provavelmente, o experimento de Brophy nos palcos tenha contribuído para sua multiplicidade interpretativa, o que lhe deu a fama de ator extremamente polivalente e esforçado, tanto em longas quanto em curtas.
Não é segredo para ninguém a amizade que Brophy e Jackson mantêm. O cineasta possui um papel importantíssimo na construção da carreira do ator e foi em suas produções que este ganhou algum reconhecimento. Em uma de suas últimas aparições na obra de Jackson, durante a trilogia O senhor dos anéis, onde claramente obteve maior espaço até então, Brophy deu vida a diversos personagens, bastantes inusitados, eu diria. O ator interpretou, pelo menos, quatro diferentes figuras: um Nazgûl (em A Sociedade do Anel - 2001), um Snaga e um Sharku (ambos em As Duas Torres - 2002), e um Bolingúl (em O Retorno do Rei - 2003). Sua incrível habilidade performática rendeu boas atuações, passando até

despercebidas no aglomerado de outras boas atuações que o conjunto de filmes gerara. Em todo este contexto, a produção de arte e maquiagem foi substancial. O processo de transformação pelo qual passou Brophy foi único, rostos que se tornaram irreconhecíveis, possibilitando uma maior flexibilidade expressiva a cada cena. De fato, é impossível discriminar ou identificar quaisquer semelhanças entre um papel e outro. Palmas para eles.
Brophy também atuará na trilogia O Hobbit - igualmente baseada na obra de John Ronald Reuel Tolkien - e, finalmente, terá mais acesso a um papel de maior destaque. Confirmado, nos próximos dois anos, interpretará o mestre anão Nori. O primeiro longa da saga, Uma Jornada Inesperada, estreou sexta-feira, dia 14/12/2012, e, pelo que pude perceber, na há muitas falas disponibilizadas para o ator destacado nesta postagem. Esperemos que em A Desolação de Smaug (2013) e em Lá e de Volta Outra Vez (2014), a “mudez” de Brophy tenha alguma solução. 


  

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