Filha do mal - Conecte os cortes...

clip_image002Olá, queridos leitores. Estou voltando a este digníssimo espaço. Meu afastamento foi normal, sabe?! A produção fica menos intensa mesmo até que encontremos algo surpreendente (para bem ou para mal) que nos faça querer externar o mais rápido possível ao menos uma parte das sensações marcantes que vivemos diante das telinhas ou telonas. E “A Filha do Mal” (título original: The Devil Inside) é o filme responsável pelo meu retorno aos trabalhos no Sociedade Encena.
O filme americano distribuído pela Paramount Pictures, que estreou em 03 de fevereiro deste ano, tem 83 minutos de muito suspense e terror. Foi rodado na Romênia, com algumas passagens pelo Vaticano. Ah, e com apenas R$1 milhão em orçamento, o filme faturou na última semana R$34 milhões somente nos Estados Unidos e no Canadá (faturando até o momento R$52 milhões só nos Estados Unidos), superando Missão Impossível 4. Assim, The Devil Inside entrou para a história do cinema americano pela terceira melhor média de público por sala em estréias em janeiro.

Na última segunda-feira, três dias após a estréia do filme no Brasil, juntamos alguns amigos e fomos ao cinema ver a trama do diretor William Brent Bell que, junto a Matthew Peterman, também compôs as cabeças pensantes na elaboração do roteiro. O desenrolar dos fatos dividiram opiniões entre meus amigos e eu. Entretanto, alguns sustos foram inevitáveis, especialmente por conta do padrão norte-americano de fazer terror, com cenas onde as mudanças bruscas de atitude da personagem são acompanhadas de trilas sonoras aterrorizantes e por aí vai.
Na trama, um atendente da emergência recebe a ligação de Maria Rossi (personagem de Suzan Crowley) confessando o assassinato de três pessoas, no ano de 1989. Maria tem uma filha chamada Isabella, personagem brilhantemente desenvolvido pela brasileira Fernanda Andrade, que vinte anos mais tarde tenta compreender os fatos ocorridos naquela noite. Para isso, Isabella vai até o Manicômio Centrino, em Roma, onde sua mãe está internada. Com um amigo, Isabella filma todos os passos da empreitada, arquivando cada empecilho ou evolução no decorrer da investigação. É exatamente através desse modelo de filmagem em falso documentário (eu sei que você vai lembrar de “A Bruxa de Blair” ou “Atividade Paranormal”) que o espectador é transportado a movimentos mais realísticos e, portanto, mais arrebatadores.
Com o passar das cenas, a busca por respostas para determinar se Maria Rossi possui problemas mentais ou está possuída por demônios ganha novos sabores como, por exemplo, os profissionais procurados por Isabella para ajudar no caso. Os dois jovens trabalham às sombras da igreja com técnicas de exorcismo que misturam ciência e religião. Tentando mergulhar no caso que busca solucionar, Isabella é orientada pelos jovens (contracenados pelos atores Simon Quarterman e Evan Helmuth) a presenciar um exorcismo de verdade. A partir do contato direto com os exorcismos, todos ficam a mercê do perigo da possessão demoníaca. No filme, os demônios possuem os corpos através de um processo muito parecido com a contaminação, como um espirro, um aperto de mão, contato com fluídos corporais, etc. Você vai notar que aparecerá uma mosca perdida, voando na frente da câmera, sem qualquer nexo, no momento em que a equipe tenta exorcizar Maria Rossi (que realmente estava possuída por quatro demônios), podendo ter alguma relação com a transmissão demoníaca que ocorreu pouco tempo depois. Vai perceber também o contanto de alguns dos personagens com o sangue dos “infectados”. Por último, vai ver que antes do câmera do documentário ser possuído, um outro corpo possuído (que eu não vou dizer quem é para manter alguns dos segredos do filme) toca em seu rosto, comprovando essa forma de entrada dos espíritos malignos.
Não vou me estender para não contar o final, acho que seria injusto com os amigos que ainda não viram o filme. A minha sensação ao terminar foi a seguinte: “que filme ruim!”... Dez minutos depois: “hum, é mais ou menos...” Vinte minutos depois: “até que é bom!”... E agora: “Cara, vocês precisam ver esse filme!”
De decepção a deslumbramento, The Devil Inside dividirá opiniões, além de meus amigos e da igreja católica, de um vasto público. Acredito que o principal fator para algumas caras feias foi um final repentino e não voltado para uma continuidade daqueles personagens em questão, mas acredito também que o propósito de mostrar uma trama de um problema exótico isolado não seja dispensável.
A bronca da igreja: durante a divulgação, o filme foi exibido dentro de uma igreja em Pasadena, Califórnia. O que, como já era previsto, não pegou muito bem com a igreja católica. Durante esta “sessão especial”, atores vestidos de padres investigavam o público para ver se alguém tinha sinais de possessão demoníaca, o que eu achei muito legal, mas enfim...
A igreja também não curtiu muito a “forma exagerada de exorcismo” e grupos católicos se organizaram pela internet para campanhas que defendiam o boicote ao filme que, pelos dados de arrecadação acima mostrados, não devem ter gerado tanta comoção assim.
A minha bronca: gente, em nome de John Winchester! Quem divulga os trailers mostrando as cenas que são os pontos principais do filme? Como eu já tinha visto o trailer, não me surpreendi muito nas cenas que eu tinha certeza que me assustaria mais se não tivesse visto, entende? Quem espera mais alguma coisa além do trailer vai se decepcionar.
Vejam aí embaixo dois vídeos: o trailer oficial e o vídeo de divulgação com a sessão na igreja.
Até a próxima, meus amigos! É muito bom estar de volta.


Wanderson Gomes
Assista ao trailer oficial




Vídeo de divulgação com a sessão na Igreja

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