O Artista – Revivendo épocas gloriosas

imageSem sombra de dúvidas a maioria dos nossos leitores assíduos ao menos já ouviu falar do filme franco-belga “O Artista” (The Artist), que se passou em 1927. Sabe?! Aquele que criou um reboliço danado por ser filmado em preto e branco e sem qualquer diálogo, resgatando históricas produções cinematográficas e remando contra a maré dos filmes com super-efeitos computadorizados e remakes de heróis americanos (mesmo havendo alguns momentos em que se utilizou de efeitos digitais). Bem longe disso... A produção teve orçamento de apenas R$15 milhões. Nem mesmo o fato de ter perdido a Palma de Ouro para o americano “A Árvore da Vida” em sua estréia no último Festival de Cannes, fez atualmente do filme de Michel Hazanavicius menos candidato ao Oscar, até mesmo pelo fato de ter conquistado 50 prêmios de lá pra cá, dentre eles um Globo de Ouro. Mais que isso, neste momento, nenhum outro filme é melhor colocado na busca pelo prêmio mais importante do cinema mundial que “O Artista” (prêmio ao qual a produção disputará graças a 10 indicações). Como principal candidato, o longa desbancou favoritos, como: “A Invenção de Hugo Cabret” (filme do Scorsese, que teve uma indicação a mais.), “Histórias Cruzadas”, “Os Descendentes” e a já anteriormente citada “A Árvore da Vida”.

Fortuna, sonhos, muito romance, crise econômica americana da década de 20... São apenas alguns dos atributos que constituem o enredo da trama, tudo absolutamente mergulhado num retorno aos gêneros da época, onde as expressões transpareciam muito mais que as palavras. Um formato mais poético, que dança com a tão elogiada trilha sonora de Ludovic Bource, e simples de encenar, mas (acredite!) não menos complexo.
Nostalgia para uns, mas não para Michel Hazanavicius.
clip_image004O cineasta e roteirista francês iniciou sua carreira dirigindo comerciais, lá pelos anos de 1988 e 1989, no Canal Plus. Seu primeiro telefilme veio apenas em 1993, quando escreveu e dirigiu La Classe Américaine. Após ter muito destaque com filmes de espionagem, chega enfim a “O Artista”, onde participa a sua esposa, Bérénice Bejo. Segundo o cineasta, a ideia de “O Artista” não ronda unicamente o terreno da nostalgia, ou seja, para produzir o filme, Hazanavicius e equipe tiveram de pesquisar intensamente o cinema mudo, que possui técnicas muito diferentes do cinema falado. Assim, como já fez questão de declarar publicamente, Hazanavicius é apaixonado pelo cinema mudo, propondo, portanto, essa produção como algo muito mais inovador dentro da arte muda (por usar de tecnologia de ponta), do que propriamente nostálgico e muito menos com status de retrocesso.
Mesmo negando esse objetivo, é clara segundo a crítica a aparição de personagens em situações que lembram num cenário ou num gesto os grandes do cinema, como o mestre Charlie Chaplin, Douglas Fairbanks ou Gene Kelly. Já pensou revivê-los? Bem, tudo que eu sei é que em poucos momentos nas análises que aqui produzo pude usar a seguinte frase com tanta firmeza: não custa nada! Isso mesmo, não custa nada pagar pra ver... Pelo que sei, o ingresso já é garantido.
Abram os olhos para uma nova perspectiva e até a próxima, meus amigos!
Wanderson Gomes
Assista ao trailer >>


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