Busca Implacável: a reforma dos filmes de ação


Há muito tempo, as produções de ação vêem renovando elencos e elegendo novos astros do gênero no mundo cinematográfico. Não é a toa que grandes nomes da história deste ramo do entretenimento fílmico (como Jean-Claude Van Damme, Sylvester Stallone, Chuck Norris, etc.) perderam, com o passar dos anos, foco e atenção do público. Uma teoria para que tal realidade se construísse é de que existe uma falta de motivação destes atores em estrelar filmes de outros gêneros, o que viria a diversificar suas carreiras e atrair novos coletivos para seus investimentos. Diferentes destes, alguns outros atores migraram efemeramente e tiveram relativo sucesso em início e meados dos anos 1990, como é o caso de Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger e Mel Gibson. A necessidade natural de os admiradores comprovarem o talento destes astros que não se limitasse à mesmice do sangue, socos e tiros dos filmes de ação, foi, ao mesmo tempo, suas sentenças de quase para o cinema. É neste contexto que aparece a produção que discutiremos a seguir.
O longa-metragem francês Busca Implacável, roteirizado por Luc Besson e Robert Mark Kamen, dirigido por Pierre Morel e produzido pelo mesmo Luc Besson, conta a história de Bryan Mills (Liam Neeson), um ex-espião do governo norte-americano, que então trabalha em pequenos serviços de segurança particular, até que tem sua filha Kim (Maggie Grace) seqüestrada por um grupo internacional de tráfico sexual de mulheres, quando a mesma fazia uma visita à Paris (mesmo contra a vontade do pai, já que Mills “conhecia os perigos daquela parte da Europe), forçando o ex-agente a colocar suas antigas “habilidades específicas” mortíferas em prática. Logo, Bryan descobre que o tal grupo é Albanês, investiga nomes e começa sua caçada inclemente em busca da filha. Mal sabe ele que a verdade vai muito além de um mero seqüestro, envolvendo traição, grupos elitizados que financiam o tráfico e a tradicional corrupção policial.
As cenas ensandecidas, rápidas e sem muitas palavras ao velho estilo Seagal de roteiro garantem a atenção do espectador, desvendando a energia de Neeson no que confere a produções do tipo ação. Apesar de ter participado de filmes de considerável sucesso do gênero, o ator irlandês protagonizou um número apenas razoável deles. Porém, neste caminho, o período que é delimitado partindo dos anos 2000 proporciona uma maior abertura para o ramo. A partir do começo do novo milênio, surgem, no mundo das telonas, nomes expressivos como o de Vin Diesel (xXx, Pitch Black, The Chronicles of Riddick, Fast and Furious) e o de Dwayne The Rock Johnson (que já teve um de seus filmes trabalhados anteriormente neste blog), o que pode ter influenciado, de igual forma, o que discutimos no início desta análise. Neeson surge como protagonista e astro dos filmes de ação justo nesta época.
Busca Implacável reflete muito deste contexto. Os filmes de ação ganharam roteiros mais adaptados ao desejo do público, os enredos ficaram mais ricos, mesmo não alcançando excelência, os detalhes obtiveram maior importância e, obviamente, os efeitos visuais deram um salto estrondoso, se compararmos com os sucessos de bilheterias das décadas de 1980 e 1990. Por contar com um elenco quase que inteiramente norte-americano, o filme ganhou bastante espaço no mercado dos Estados Unidos e da Europa, apresentando novos ares para o diretor francês e aumentando o número de admiradores do trabalho de Neeson. Apesar de possuir um roteiro comum e, sobretudo, apesar de seus exageros, Busca Implacável propicia ao expectador a apreciação de um tipo divertido e ritmo frenético de filme, talvez até por causa desses mesmos exageros nas cenas. Tenho certeza que qualquer um ficará grudado na tela da TV até o desfecho final da trama.
E por falar em desfecho: foi anunciada pela FOX, para o dia 05 de Outubro de 2012, a estréia da continuação da franquia, intitulada “Busca Implacável 2”. Desta vez, o novo longa será dirigido por Olivier Megaton (Transporter 3) e promete mais ação ininterrupta com Liam Neeson no papel principal novamente. Que venha mais ação e mais análises, então!
                                                         



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