PELO MALO - "Yo voy de cantante con el pelo liso"

★ (Excelente)

Filme da diretora venezuelana Mariana Rondón relata a história de Júnior (Samuel Lange Zambrano), um garoto de 9 anos que deseja ter uma foto com os cabelos lisos e com roupas bonitas iguais a um cantor famoso de seu país para levar a escola. Dessa narrativa principal temos a sua mãe, interpretada por Samantha Castillo, viúva, desempregada e com dois filhos para criar, a sua avó vivida por Nelly Ramos que renega o neto mais novo e ver uma veia artística em Júnior. O filme se passa no subúrbio da cidade de Caraca na Venezuela em condomínios criados na década de 1950.

O clima do filme é cercado de tensões. O tempo inteiro sentimos que acontecerá uma tragédia que seria o grande momento do filme, porém a diretora se manteve esse clima de tensão por considerar que o cotidiano dos personagens sejam assim. 


Existem relações de poder que é transmitido durante todo o filme que é relacionado diretamente com a condição do masculino e feminino. A crítica aos preceitos do machismo na Venezuela é evidenciado nas relações entre homens e mulheres no filme, além de ser revelada uma idealização do masculino e do feminino. O homem assume papel de poder decisivo sendo uma figura distante, já a mulher está sempre presente e com comportamentos diversos desde uma feminilização ligada aos concursos de misses, até a uma mulher mais masculinizada, com traços que usualmente são de homens.

Segundo comentário da diretora o filme não trata de questões exclusivas, o filme trata do cotidiano de pessoas comuns. O vai e vem no transporte público, as imagens da cidade, o trânsito, desenhos, mensagens de rádio e Tevê, revelam uma Venezuela pobre e politicamente pulsante. Além disso ela entende que o filme fala de homofobia e não de homossexualidade.

A história de Pelo Malo é marcante por ser coberta de simbolismo modernos, a luz do caribe e a escuridão do apartamento no subúrbio de um país subdesenvolvido, o desejo de um filho e a incompreensão da mãe, a relação de (des)amor entre o filho e a mãe, o desentendimento e as complementações emocionais entre a função de filho e de mãe, o papel do homem em uma sociedade machista onde determinadas ações são limitadas ou são indicações de feminilidade, ainda temos cenas quentes e a latinidade é sentida em cada momento. O filme nos deixa o tempo inteiro com dúvidas, tensão e em constante luta de ideias, pois os personagens são apaixonantes e repugnantes de alguma forma.

Por fim, segundo a diretora, o título Pelo Malo é devido as constantes tensões, relações de poder, e construção de outros conflitos durante toda a vida. Assim não adianta apenas corta o cabelo porque ele voltará a crescer, assim como os conflitos.

Assista ao trailer

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