O Juiz (The Judge)


The Judge (O Juiz) é um filme estadunidense de drama da Warner Bros lançado em 16 de outubro de 2014, dirigido por David Dobkin, estrelado por Robert Downey Jr. e Robert Duvall, de 83 anos. Das principais críticas negativas que andou recebendo da mídia internacional, está o demorado desenrolar da relação conflituosa entre pai e filho protagonizada pelos dois atores acima citados. Não é pra menos! O drama possui exaustivas 2h21 min. de duração. Isso, atrelado aos sucessivos desentendimentos entre os Roberts, deve gerar, sem dúvidas, um cansaço intenso no espectador. No entanto, o filme vai além dessas falhas.

Jeremy Strong, Robert Downey Jr. e Vicent D'Onofrio (irmãos na trama) em cena de The Judge. 
Na trama, Robert Downey Jr. é um advogado bem sucedido de Chicago, Hank Palmer. Sem poupar esforços para livrar seus clientes de suas acusações, sendo eles inocentes ou não (pouco importa), Hank leva uma vida tranquila materialmente, numa bela casa, com um belo carro, uma linda filha e uma esposa maravilhosa. No entanto, todas as famílias possuem seus problemas e Hank estava enfrentando os seus. As feridas de seu casamento já estavam pra lá de expostas quando sua esposa fala em divórcio. Não bastasse essa situação, Hank é avisado por telefone da morte de sua mãe, que residia numa pequena cidade de Indiana. Hank Palmer é daqueles filhos que fizeram sua vida longe, construíram seu império particular e pouco retornam para casa. Como exemplo, a filha de Hank jamais tinha visto o avô, pois, para ele, seu pai estava "morto". Mesmo sem se sentir firme nesses laços familiares, Hank retorna ao pacato município para acompanhar o enterro. Lá, é obviamente obrigado a encarar seu pai, com o qual não mantinha relação amistosa, um juiz tradicional linha dura, Joseph Palmer (Robert Duvall), que atuava por muitas décadas aplicando a lei naquela cidade.

O foco do filme é justamente a reaproximação entre Hank e Joseph, que se acentua com os acontecimentos posteriores. Joseph é acusado de assassinato ao atropelar um ex-prisioneiro que ajudou a colocar na cadeia. No entanto, nega se lembrar de como os fatos ocorreram. Hank terá agora a difícil missão de defender o pai nos tribunais contra as acusações de um advogado igualmente implacável. Uma série de conflitos são deflagrados, situações que também envolvem seus dois irmãos. A transição do enterro de sua mãe e o julgamento de seu pai é extremamente lenta, dolorosa aos personagens e repleta de oscilações entre "vai ficar tudo bem" e "dá o fora daqui!". Esse aspecto com certeza é responsável pelo cansaço de quem assiste. Mas também é uma história sobre reconciliação, sobre sensibilização de homens rabugentos e orgulhosos, extremamente parecidos na diferença. É sobre uma relação que, mesmo hostil, tem necessidade de acontecer. Uma parceria atribulada, mas que vai ficando firme a partir dos eventos que aparecem no caminho. Reitero o que já foi dito pela crítica: pra fazer papel de orgulhoso, metido e cheio de si, Robert Downey Jr. é excelente! Por aí, o filme já valeria (é importante pra todos nós presenciarmos atores conceituados lhe dando com situações adversas, não apenas aquelas que estamos acostumados a vê-los e exaltá-los). Mas, além disso, o "outro Robert", o Duvall, bem mais experiente, torna-se impecável em sua atuação e realmente comove, quando fica posteriormente debilitado por conta de um câncer em estágio avançado

O filme ficou em quinta colocação nas bilheterias da América do Norte no seu fim de semana de estreia em 2014, com faturamento de US$13 milhões. No Estados Unidos, de outubro a novembro, o filme alcançou a marca total de US$39,513,928. Possui um elenco repleto de ótimos atores. Além das estrelas já citadas, temos: Billy Bob Thornton, como o advogado de acusação Dwigth Dickham; Vicent D'Onofrio, como Glen Palmer, irmão mais velho de Hank; Jeremy Strong, como Dale Palmer, também irmão de Hank; Leighton Meester, como a jovem filha de Samantha, a mulher com quem Hank reinicia uma relação amorosa; Dax Shepard, como o desastrado advogado iniciante C.P. Kennedy e, finalmente, Vera Farmiga (a ótima Norman Bates, de Bates Motel), como Samantha Powell.

Confira o trailer e, se for assistir, separe muita pipoca. O filme é demorado, mas é interessante.

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