O povo brasileiro


O filme o povo brasileiro e baseado no livro de Darcy Ribeiro intitulado com o mesmo nome. Tanto o filme como o livro é uma verdadeira significação de como se construiu a identidade nacional brasileira. A mestiçagem aparece no filme como a grande representação do povo brasileiro. Através da mistura de “raças”, foi-se construindo a identidade cultural, identidade essa que tem matrizes fincadas, segundo o filme, na figura do índio, do português e do negro (Afro). Mas, apesar de dessa construção ter sido derivada de diferentes origens, o povo brasileiro se comporta como um povo uno, com identidade própria ratificada na mistura de diferentes povos.

Uma Vida Iluminada - Onde estão nossas lembranças?


Excelente filme para quem aprecia a arte cinematográfica, “uma vida iluminada” é dirigido por Liev Schreiber (em sua estreia na direção) e estrelado por Elijah Wood, brilhantemente estrelado, diga-se de passagem. Podes está se perguntando o porquê que eu intitulei esse texto de “onde estão nossas lembranças?”, pois bem, antes de qualquer coisa gostaria de dizer que o filme é um elogio a história e ao passado como parte predominante em nosso presente. A modernidade nos leva a não dá a devida importância para as nossas lembranças; em uma sociedade dita moderna as lembranças são deixadas de lado, pois “o passado deve-se ser esquecido e jogado no mar do esquecimento”. 

Não entendemos o passado como fundamento para o nosso presente, o que realmente importa é o que você é, e o que você faz, para colher os frutos no futuro. “Uma vida iluminada” vai mostrar exatamente o contrário, o passado não é o passado, ele está mais presente do que nós podemos imaginar.

Kick-Ass


Desde sua noção do que se refere “vida social”, vai me dizer que jamais, ao menos por um instante, pensou em ser capaz de atingir uma espécie de “nível” superior ao seu, se transmutar em um ser mil vezes mais forte, capaz de transformar a realidade em volta? Com os estudos, trabalho, filhos, contas para pagar, poucas horas a dormir, vai me dizer que nunca pensou em se transformar em três, em quatro, em cinco? E quanto à desigualdade no mundo? Jamais pensou em melhorar o lar onde habita? É por isso, caro leitor, que estou aqui para apresentar uma novidade nos cinemas super-financiados do mundo, algo que pode tocar profunda e intensamente em alguns de seus anseios mais protegidos. Aqui, não vou retornar ao universo extremamente apelativo da “ficção FICÇÃO”, mas, desta vez, a “ficção” nos oferece um conteúdo concreto. Nada de poderes, apenas carne, sangue e suor.

O longa “Kick-Ass” não tem muito de atrativo para quem o enxerga de fora, para falar a verdade, parece até absurdo (a começar pelo título de divulgação). Mas, traz em seu arsenal de marketing a participação de um dos atores mais renomados de Hollywood. Nicolas Cage. Além, é claro, do co-produtor Brad Pitt que dessa vez ficou por detrás das cortinas. O filme foi remodelado para cinema após ter sua essência explorada numa revista em quadrinhos do mesmo nome, dos autores Mark Millar e John Romita Jr. Nas telonas, foi dirigido por Matthew Vaughn e roteirizado por Jane Goldman.

Operação Valquíria - “Vida Longa para a sagrada Alemanha!”

Quando nos dispomos a assistir produções filmológicas que enfocam o cenário da segunda grande guerra do século XX, quase sempre nos defrontamos com fatos internalizados no pensamento ocidental, que se fixam, muitas vezes, através da própria indústria imagética. De fato, o grande público de cinema, partindo de sua totalidade, comumente se caracteriza por adotar uma postura “aliada”, o que promovera, dentre outros aspectos, uma generalização do valor “cultura alemã” e, conseqüentemente, do povo alemão. O filme Operação Valquíria (Valkyrie, em Inglês, Walküre, em Alemão), protagonizado pelo ator Tom Cruise, dirigido por Bryan Singer, roteirizado por Chrstopher McQuarrie e Nathan Alexander, traz a tona esta temática. Torna-se, na realidade, baseando-se em fatos reais, uma tentativa de desmistificação dos termos, ao passo que destaca um herói alemão dentro de um conflito individual, sob uma ambivalência referente ao “obedecer a ordens” ou defender os direitos do povo daquele país, mas, sobretudo, exalta a insatisfação da frente popular alemã com o sistema autoritário instituído, o qual promulgara e permitira aos olhos do mundo direcionar-se ojerizamente a Alemanha.


Medos Públicos em Lugares Privados - A Incomunicabilidade Nossa De Cada Dia


Outro bom filme que recomendo aos amantes da boa produção cinematográfica é Coeurs (2006), do cineasta francês Alain Resnais. No Brasil, o filme foi chamado de Medos Privados em Lugares Públicos. Pelo o que tenho lido na internet e visto em outros meios de comunicação, Coeurs foi um dos filmes que ficou por mais tempo em cartaz em cinemas brasileiros: nada mais nada menos que 144 semanas seguidas. De acordo com as estatísticas, 130. 673 pessoas viram o filme de Resnais. Qual o segredo desse sucesso? 

É bem verdade que no Brasil são poucos os freqüentadores de cinema. Isso não é devido apenas ao fato de as pessoas não gostarem da sétima arte, até porque imagino que é difícil uma pessoa conhecer a “magia” do cinema e deixar que isso passe despercebido em sua vida. Conheço pessoas que foram uma ou duas vezes a uma sala de cinema e jamais esqueceram a experiência.

Eu sou a lenda - A PRAGA DE NOME: HUMANIDADE


As percepções e reflexões dos consumidores do “bom filme” se fortalecem com “I Am Legend” (“Eu Sou a Lenda”), do diretor Francis Lawrence, e sobre os pólos mais diversificados: a vida humana em sociedade; a dúvida quanto ao divino; as forças renovadas nos menores detalhes; o surto devastador que ao invés de fim é, na verdade, recomeço. Nesta análise, vamos compreender a nuanças do mundo do cientista Robert, abandonado pelo impacto dizimador da própria espécie em suas ações, sem a mínima oportunidade de vingança, compartilhando apenas o ímpeto da “recuperação”, com aqueles que sobrevivem do medo da morte. Como já indiquei, aqui, o fim é a esperança renovada em um começo consciente e valorizador das minuciosidades da estadia na terra, mesmo não sendo muito promissor, já que o objetivo é fazer sobreviver aqueles que ocasionaram os desconcertos sociais e climáticos. Fazendo sobreviver a própria praga, o herói dá “um tiro no próprio pé.”



No silêncio ensurdecedor da cidade, Deus pode ser ouvido, como jamais antes. E é comumente ouvido por Robert, enquanto a “conexão” não é atrapalhada pelos latidos de sua cadela de estimação, o som de casa do Bob Marley ou os gritos de fome do predador bicho e do predador homem (ambos, aqui, irracionais). Às sombras da história, a praga burra se auto-estraçalha, à beira da extinção, pela cobiça de ser divino como o sol. 

Arn: O Cavaleiro Templário


Por Wanderson Gomes


O filme de drama romântico dirigido por Peter Flinch e de título original “Arn: The Knight Templar” foi ambientado na Suécia, tendo seu contexto histórico resumido as guerras sangrentas ocasionadas na disputa de cristãos e mulçumanos pela Terra Santa, por volta de 1187. Em alguns importantes instantes da trama, os protagonistas, Arn Magnusson e Cecília Algotsdotter, subvertem as ordens severamente estimuladas por seus líderes religiosos, culminando numa transformação completa nos rumos de seus respectivos destinos.

Aqui, não há muitas inovações, se compararmos aos filmes que se igualam ao gênero de romantismo trágico. O esquema tático para alienação do espectador é o mesmo, onde podemos citar: a trama exageradamente prolongada; história inicialmente exposta de um período avançado na vida dos protagonistas e, depois, retrospectiva dos principais acontecimentos que levaram a esse estado; mocinho se afasta da bela donzela, tempos depois retorna ao calor de sua terra e de seu amor, mas, como de costume nessas ideologias fílmicas, são novamente separados por um empecilho forte e definitivo (neste caso, a morte), entre outros. Entretanto, mesmo encaixado nos padrões que tornaram longas desse gênero demasiado torturantes ao equilíbrio do consumidor, é-nos única a benção da potencialidade maior que intitulo de “individualidade ótica”. Um artifício altamente variante de acordo com as distintas experiências e culturas da vida humana e que nos permite enxergar um pouco mais além do “corpo aparentemente morto”. É essa tentativa que se fará aqui.

O Sobrevivente - Rescue Dawn


O filme Rescue Dawn (“O Sobrevivente”), lançado nos Estados Unidos em 2006, é uma adaptação baseada num documentário intitulado “Little Dieter Needs To Fly”, de Werner Herzog. O mesmo dirigiu o filme e foi responsável por seu roteiro repleto de altos e baixos. Lógico que, neste caso, com um filme baseado em fatos reais, desejar um roteiro melhor pode me fazer cair na armadilha de querer que o diretor tornasse um pouco mais “atrativo” aos olhos o que realmente aconteceu com aquele piloto em solo vietnamita, o que consequentemente atrairia o autor para o campo da espetacularização dos fatos.

Mas, sem me prolongar nessa discussão, é legitimo descrever, mesmo que resumidamente, o objetivo central do drama: em sua essência, o objetivo central é descrever a tentativa de sobrevivência de Dieter Dengler, um piloto de origem alemã, servindo a Marinha Americana na guerra do Vietnã. Atingido na asa esquerda, Dieter cai em campo vietnamita durante uma missão secreta de ataque a Laos e é capturado. O piloto organiza uma fuga do campo de concentração junto a um pequeno grupo de prisioneiros, buscando se sobressair não apenas dos “inimigos” em volta, mas especialmente das adversidades daquela vasta floresta.

Quase deuses


Existem imposições compartilhadas por todos nós como “intransponíveis”. Existem condutas conservadoras passíveis de fácil perpetuação. Mas, por outro lado, há aqueles que não se contentam com as respostas. Aqueles que dissecam as perguntas. Os verdadeiros “homens da história”. Um deles foi Vivien Thomas. E sua trajetória, baseada em fatos reais, será aqui resumidamente descrita a partir da perspectiva oferecida pelo filme “Something The Lord Made” (“Quase Deuses”), do diretor Joseph Sargent e do roteirista Peter Silverman, bem como a de seu companheiro nos grandes feitos, que marcaram a história da medicina em todo o mundo, o Dr. Alfred Blalock.
Diferentemente das produções convencionais de reconstrução de acontecimentos históricos reais, o filme “Quase Deuses” não se limita a nuclealizar um aspecto e reificá-lo.

Muito pelo contrário. A obra se dinamiza a identificar as deficiências na relacionabilidade humana, que variam quanto a preconceito de cor, gênero, formação educacional etc., e num contexto específico, poderiam causar maiores danos ao desenvolvimento civilizatório, não fosse a magnitude de certas almas, a grandeza, por nascença, de quem foi criado para protagonizar mutações, para revolucionalizar. Almas que, nesta ocasião, cruzaram o caminho umas das outras, justamente para desconstruir o “imutável”, o “intocável”.

As Bicicletas de Belleville


Um conselho para os admiradores – e também não – admiradores – da sétima arte: se quiserem se emocionar assistam à animação “As Bicicletas de Belleville”, de Sylvain Chomet; garanto que ninguém vai sentir falta de muitas palavras para deixar umas lágrimas deslizarem pelo rosto.
As Bicicletas de Belleville conta a história de um garotinho muito triste que é adotado por uma senhora idosa chamada “Madame Souza”. O nome do menino é “Champion” – campeão em francês –, e vive seus dias preso a uma melancolia desencantadora. Madame Souza faz de tudo para alegrá – lo, mas ele sempre demonstra desinteresse pelas prendas apresentadas pela boa velhinha, a exemplo de um cachorro, “Bruno”.

Após muitas teimosas tentativas, Madame Souza descobre que Champion tem um forte interesse por bicicletas, e dá uma ao menino. A partir de então, a entusiasmada senhora submete o garoto a uma árdua maratona de treinamentos, até que ele – já crescido – se torna um grande ciclista e chega a participar de uma importante competição, a Tour de France. É justamente nesse evento que Champion e outros dois ciclistas são seqüestrados por uns excêntricos sujeitos trajados de preto. Madame Souza, dando conta do fato, empreende uma busca arriscada – alucinante pelo jovem, e para isso, conta com a ajuda do obeso cachorro Bruno e das “Trigêmeas de Belleville”, que faziam sucesso nos cabarets na década de 30, entoando belíssimas e animadas canções.

Vida Moderna


Um dos mais belos filmes que vi em 2009 foi As Invasões Bárbaras (Canadá, 2003), do cineasta Denys Arcand. A produção, entretanto, não é de 2009, e sim de 2003. Merecidamente, As Invasões Bárbaras ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no ano de 2004, além de receber o Prêmio de Melhor Roteiro em Cannes no ano de 2003. Marie-Josée Croze, que atuou de modo magistral no longa, também foi destaque no Festival e recebeu o prêmio de Melhor Atriz. O filme reúne os personagens de outra grande obra de Arcand que foi O Declínio do Império Americano, lançado no ano de 1986. As Invasões Bárbaras proporciona, desta forma, o reencontro de amigos para que possam pensar e repensar o que foi experimentado no decorrer de suas vidas.
O reencontro acontece devido ao adoecimento de Rémy, o qual se vê abatido por um câncer raro. Seu filho, Sébastien, é quem consegue trazer para junto do pai aquelas pessoas com as quais Rémy conviveu de modo mais intenso nos anos que antecederam sua enfermidade. Com os amigos reunidos, vêm à tona vários fatos que marcaram a vida de cada um, de modo particular a de Rémy, que sendo um homem cheio de convicções tidas por libertárias, não chegou a ser um esposo e pai que se aproximem do perfeito.